Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente.
Desculpa, tudo que vivi foi profundamente.
Eu te ensinei quem sou, e você foi me tirando os espaços entre os abraços...Guarda-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade... De me inventar de novo.
Desculpa...se te olho profundamente, rente à pele...
A ponto de ver seus ancestrais nos seus traços.
A ponto de ver a estrada... Muito antes dos seus passos.
Eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos.
Eu não vou renunciar a mim nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser.
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.
Eu quero estar viva e permanecer te olhando profundamente.
Pedi sua presença por dois segundos.
Mesmo com todas as horas, minutos e segundos de uma noite inteira do seu lado.
Tudo que eu queria era a sua presença, com corpo... e alma.
O seu tempo é assim tão precioso pra eu não poder ter 2 segundos de sua atenção plena?
Sinto-me como se estivesse o tempo todo amordaçada.
Sufocada, vendada, sem conseguir enxergar bem no fundo dos teus olhos quem você já foi um dia.
O que temos agora é vazio, oco, chega a fazer eco.
Você está lá, mas ao mesmo tempo, não te sinto verdadeiramente do meu lado.
2 segundos... e você me negou.
Sem nem ao menos saber que o que eu mais queria, era te olhar nos olhos... e nada mais.
(Ana Carolina e Luciana Tavares).
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