Não, eu não gostaria de me sentir assim. E não, eu não são feliz assim.
Não é que a culpa seja sua, pois como já conversamos, existem coisas que fogem de nosso alcance.
Assim como eu não controlo, acredito que esteja sendo sincero quando diz que não pode fazer nada a respeito.
Mas como é ruim sentir o que eu sinto. E pior ainda é sentir e não poder resolver, debater, conversar com você sobre isso. Porque não, você não está no mesmo estado que eu.
E dessa forma, sigo sangrando.
O termo que usei ainda hoje foi "desviscerada". Ouvi em algum lugar e entendi tão perfeitamente, tão claramente... Me caiu como uma luva... feita sob medida.
"Desviscerada". É assim que me sinto. Vazia. Oca. Como se não existesse conteúdo, memórias, nada além de você dentro de mim.
E agora, até você foi embora.
Não que tivesse de fato voltado algum dia, mas quando passamos tanto tempo esperando por alguma coisa e essa coisa vem, queremos aproveitar ao máximo e que isso dure uma eternidade.
Na verdade está claro pra mim. Claro até demais.
Mas é verdade que eu não quero enxergar as coisas como elas são (agora) e muito menos aceitar e afirmar que tudo se perdeu nos anos.
Alguém me disse "eu sei que é difícil".
Não... difícil é acertar uma maçã com um arco e flecha, fazer uma cesta de 3 pontos sem ter experiência, ganhar um campeonato de dança sem nunca ter dançado.
O que estou passando é muito mais do que difícil.
Vai além do impossível. Porque não há uma saída. Não me apresentaram opções do caminho a seguir. Não existe solução que resolva e nem remédio que cure.
Eu não sou você. Não estou dentro de você. E se eu fosse você talvez o meu 'problema' já estaria resolvido, ou de fato ele nunca teria existido.
Somente você poderia vir e me dar a cura.
A cura pro que eu sinto há tanto tempo.
Mas você não vem. E isso já me foi anunciado. Você não virá...
O que eu faço agora? Perder duas vezes significa que eu deva abandonar o 'barco' e seguir andando?
O que eu faço? Apenas continuo sangrando...?
Não tem o que esperar. Não dá pra continuar à sombra de algo que não existe mais.
De qualquer forma, obrigada.
Por tudo...
... até hoje.
Hoje se encerra mais um ciclo. A porta se fecha. O livro é fechado. O buraco é tapado. A última peça do quebra cabeças foi colocada. O filme acabou. FIM.
E na falta de opções, sem saber o que fazer, continuo aqui... E sangrando.
"É uma decepção diferente: não penso obsessivamente, não tenho vontade nenhuma de ligar nem de escrever cartas, não tenho ódio nem vontade de chorar. Em compensação, também não tenho vontade de mais nada". (Caio F. Abreu).
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